Desenho-te
Numa folha normal, numa linha amarga de ternura.
Pinto-te.
Com contornos superficiais, contornos delicados e imprecisos.
Borro-te.
Num preto opaco, num laranja feio e intragável.
Recorto-te.
Com tesouras sem pontas, com tesouras de quem quer seu bem.
Colo-te.
Em minha parede com com outras figuras suas, com outras molduras.
Rasgo-te.
Com minhas mãos de ódio e mágoas, mãos tristes e enganadas.
E por fim
Pinto-te novamente.
Com meu sorriso bobo, meu sorriso satisfeito de minhas mentiras e sereno de minhas desculpas.
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