quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Desenho-te


Numa folha normal, numa linha amarga de ternura.

Pinto-te.

Com contornos superficiais, contornos delicados e imprecisos.

Borro-te.

Num preto opaco, num laranja feio e intragável.

Recorto-te.

Com tesouras sem pontas, com tesouras de quem quer seu bem.

Colo-te.

Em minha parede com com outras figuras suas, com outras molduras.

Rasgo-te.

Com minhas mãos de ódio e mágoas,  mãos tristes e enganadas.

E por fim

Pinto-te novamente.

Com meu sorriso bobo, meu sorriso satisfeito de minhas mentiras e sereno de minhas desculpas.

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