sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Nunca cortei relações com ninguém, ou melhor, nunca cortei relações com alguém de quem me considerasse amiga. Por maiores que fossem as ofensas - e por vezes foram muito graves -, por mais violentas as discussões, depois da fúria passar, sempre fui capaz de parar e pensar. Recapitular o que que passou e pesar as coisas, pondo num prato da balança o quanto gosto da pessoa, e a importância que tem para mim, e no outro o quanto me magoou. E de todas as vezes a balança acabou por pender para o lado da pessoa, porque afinal me incomoda mais estar zangada com alguém de quem gosto, do que a razão porque me zanguei. Porque a pessoa é mais importante, pesa mais, e não quero daqui a dez anos pensar nela com pena e arrependimento, sem me lembrar já porque nos zangamos, por não ter dado oportunidade a uma reaproximação. Talvez seja por isso que mantenho amizades tão longas e duradouras, resistentes, daquelas que estão lá de pedra e cimento , Sei que não é fácil, é preciso muitas vezes pôr o orgulho de parte, baixar a guarda e, sem artifícios, peito aberto, conversar longamente sobre o que aconteceu, resolver as diferenças, colocar  para fora o que nos feriu para podermos recomeçar. Só que é curto o período em que isso é possível, pelo que o devemos aproveitar antes que se perca. Deixando passar demasiado tempo, cria-se uma distância que se torna intransponível, e a cada dia que passa mais difícil de estreitar. E que faz a diferença entre voltar a ser-se amigo, ou passar-se a conhecido. E ninguém quer ser conhecido de quem já se foi amigo.
Então colocando meu orgulho em segundo plano  vou fazer algumas ligações....

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