sexta-feira, 20 de julho de 2012

Tudo dentro de mim saiu do lugar

Tudo se embaralhou
Só os pés ficaram onde sempre estiveram
ao menos, me resta uma válvula de escape
O engraçado é que o mundo, em si,
Não chacoalhou
Prédios, pessoas, padrões e estatutos permanecem
Onde sempre estiveram,
Como meus pés.
Fui eu que centrifuguei e chacoalhei
Chicabum
Trinta anos se passaram na minha frente
ou seja, todo o tempo da minha vida
mas não só com minhas desventuras sentimentais
profissionais sexuais intelectuais e artísticas, ah, estas;
também com toda a história humana
vivida ouvida saboreada mastigada esmigalhada
Aos muros e discursos e bombas que caem
Sobre todas, todas, todas as nossas cabeças (abstraia, temos mais de uma)
De modo intermitente
Mas vi
Vi muita coisa e me cansei
Vi filmes, muitos filmes, sala tela luminosa e escura
Como voei, viajei!
Sacrilégio transcendência ou o quê: realidade
Eu já nem tenho mais cabeça, caramba!
Tenho um coração e um útero dando ordens
Para um fígado surpreso e uma coluna assoberbada
Com tudo fora de lugar
Me senti tão presente na vida presente no tempo presente
Estou desiludida, mas nutro grandes esperanças

Um comentário:

Marcelo disse...

É Iarinha qantas vezes não passamos por turbulencia em nossas vidas?? Mas oimportante é sempre nutrir a fé.
Beijooo